Morango do Amor e Neuropsicologia: Do Paladar ao Comportamento

Morango do Amor e Neuropsicologia: Do Paladar ao Comportamento

  • Neuropsicólogo Danilo Damata
  • 03/Ago/25 16:08
  • 4 minutos

Enquanto o Morango do Amor rouba a cena nas festas juninas e feiras urbanas, com seu sabor adocicado e aparência vibrante, por trás da experiência gustativa existem processos neuropsicológicos fascinantes que explicam por que esse doce se conecta tão fortemente às nossas emoções e à tomada de decisões.

🍭Recompensa e Circuitos de Prazer

Do ponto de vista neuropsicológico, o consumo de alimentos altamente palatáveis ativa circuitos dopaminérgicos associados à recompensa — especialmente o núcleo accumbens. Isso ajuda a explicar por que o simples ato de comer um “morango do amor” pode desencadear sensações de prazer, conforto e até nostalgia. Russell Barkley, pesquisador reconhecido na área de neurociência clínica, destaca que “os indivíduos com disfunções nos sistemas de autorregulação cerebral podem demonstrar comportamentos voltados à gratificação imediata (2012). Ou seja, o impulso por consumir algo doce está frequentemente ligado à busca por alívio emocional ou estimulação.

🧠 Impulsividade, Atenção e Motivação

Doce na ponta do palito, o morango coberto por chocolate remete à impulsividade — especialmente relevante em quadros como o TDAH, onde há alterações nos mecanismos de controle inibitório e avaliação de consequências. Segundo Barkley (2015), “a dificuldade de retardar a gratificação está no cerne de transtornos como o TDAH”, reforçando que comportamentos alimentares impulsivos também podem refletir padrões neuropsicológicos mais profundos. Além disso, o estímulo visual do vermelho intenso ativa o córtex orbito frontal, envolvido na avaliação de valor subjetivo de estímulos. A memória afetiva, ligada ao hipocampo, associa o doce às experiências sociais e culturais, como festas e encontros familiares.

🎉 Cultura, Emoção e Cognição

O Morango do Amor transcende o paladar: é uma cápsula de memória afetiva, cultura popular e escolha comportamental. Ao saboreá-lo, ativamos não apenas áreas relacionadas ao prazer, mas também regiões cerebrais ligadas à emoção e à cognição, mostrando como decisões aparentemente simples como escolher um doce, são influenciadas por aprendizados prévios, vínculos sociais e significados simbólicos.

E aí, você encara o Morango do Amor como um simples doce… ou como uma armadilha neuroafetiva disfarçada de sobremesa? 🍓

Compatilhe com alguém que sempre cai nessa tentação!

Referências

Barkley, R. A. (2012). Funções Executivas: O que são, como funcionam e por que evoluíram . Guilford Press.

Barkley, R. A. (2015).Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Manual para Diagnóstico e Tratamento. Guilford Press.

Lezak, M. D., Howieson, D. B., & Loring, D. W. (2012). Avaliação Neuropsicológica. Oxford University Press.

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